A Copa do Mundo e os limites da Web

Reportagem publicada no JB de 17/06/2002 nos conta que a audiência dos portais e sites esportivos subiu muito em junho. Claro, a Copa do Mundo está aí pra isso mesmo. Mas uma coisa é certa: se muita gente procura a Internet, é porque ela está oferecendo algo muito bom. E é verdade.

Acredito que não apenas o fuso horário e a exclusividade da Globo tenham feito as pessoas se voltarem mais à Web nesse Mundial – até porque a constatação é global, e nos outros países, principalmente os europeus, os horários das partidas são menos exóticos. Um diferencial também é a informação que está sendo veiculada.

Vejam bem: narrações ao vivo dos jogos (incluindo utilização de áudio, no caso do iG); animações de jogadas e de golaços; dados estatísticos que transformam os sites em verdadeiras enciclopédias; curiosidades e perfis de jogadores e árbitros; fotos que traduzem partidas de 90 minutos a um único e infinitesimal instante (o que dizer de Zidane no chão, com a cara na grama, parecendo ter batido contra um muro dinamarquês e, por isso, ido à lona?)

Um show de informações, completas e atualizadas. Isso é jornalismo.

Um show de informações, veiculadas sob a forma de todas as mídias possíveis – áudio, vídeo, texto, imagens. Isso é internet.

Nem tudo são flores, claro. Sim, há erros, enganos, falhas, pecados. Por exemplo, alguns sites exageram nas imagens e, por isso, demoram a ser carregados.

Porém, a Copa e sua cobertura via internet está sendo uma aula de webjornalismo. Está ocorrendo uma intensa exploração dos recursos que a Web nos oferece. Em conseqüência, temos, por um lado, ótimas novidades e formas de comunicação, e de outro lado, vários erros recorrentes.

As falhas são o preço da ousadia. Espero, sinceramente, que a Copa explore ao máximo os limites da internet. Teremos, assim, consciência do que ainda podemos fazer e, também, do que não devemos fazer quando o assunto é jornalismo na Web.